Importante: Normalmente usamos o termo juros compostos para designar o rendimento de uma aplicação em renda fixa, porém, a ideia de acumulação também é utilizada para os reinvestimentos de proventos pagos, como os dividendos ou aluguéis. Neste texto, utilizaremos o termo juros da forma mais ampla, referindo-se ao retorno sobre qualquer tipo de investimento.
O objetivo dos investidores
Poderíamos resumir a maioria dos objetivos financeiros com a frase “fazer dinheiro ganhar dinheiro”, mas o que isso de fato significa e como podemos maximizar este objetivo?
Os juros compostos
No nosso entendimento, aproveita-se melhor a capacidade de trabalho do dinheiro quando a maior parte do retorno financeiro é obtida por meio dos juros compostos, que incidem sobre os ganhos prévios do dinheiro aportado.
Ter a maior parte dos ganhos provenientes dos juros compostos significa trabalhar menos enquanto o dinheiro trabalhou mais para construir seu patrimônio. Por exemplo, imagine o investidor A que realizou um investimento único de 1.000 reais com um retorno esperado de 10% ao ano pelos próximos 20 anos. A seguir, apresentamos um gráfico ilustrativo e decompomos os ganhos deste investidor.
Ao final de 20 anos, o investidor terá ao todo 6.727 reais, um ganho de 5.727 reais ou 572% acumulado ao longo do período. Mas o que chama atenção não é só o expressivo de retorno total (572%) para uma taxa de apenas 10% ao ano, mas também o fato de que a maior parte deste retorno vem dos juros compostos, ou seja, dos juros sobre juros.
A importância do longo prazo
Outra observação importante é a de que quanto mais o tempo passa e os ganhos se acumulam, maior é o poder e a participação dos juros sobre juros no resultado, chamamos esse fenômeno de efeito de acumulação.
O efeito de acumulação é muitas vezes ilustrado pela ideia de uma bola de neve rolando montanha abaixo, no início cresce pouco a cada segundo de descida, entretanto, a medida que o tempo vai passando o efeito de acumulação é tão grande que ela aumentará mais que seu próprio tamanho inicial a cada segundo.
Imagine o investidor A, no 1º ano seu retorno representa apenas 10% do investimento inicial, porém, no 20º ano, a uma mesma taxa de 10% ao ano, seu retorno é equivalente a mais do que 60% do seu aporte.
Efeito de acumulação e o tempo
Tomemos agora como exemplo um investidor com 40 anos de idade que planeja se aposentar aos 60. Começa com um capital de 500.000 reais e deseja saber qual a complementação de renda conseguirá auferir em sua aposentadoria.
Considerando um rendimento médio de 10% a.a. no período até a aposentadoria, chegamos a um patrimônio no valor de R$ 3,6 milhões. Considerando ainda a tendência de queda estrutural dos juros e, por consequência, redução no retorno dos ativos, estimamos como premissa uma taxa também menor daqui a 20 anos. – 4%. Sendo assim, o investidor poderá usufruir de uma renda mensal de R$11.212,50 em sua aposentadoria.
Mas e o tempo? O que acontece se este investidor decidir se aposentar aos 50 anos? Intuitivamente poderíamos pensar que basta que ele consiga o dobro de retorno pela metade do período.
Como podemos observar, mesmo que o investidor consiga o dobro de retorno – 20% (o que em si já não é tarefa simples), o acréscimo de rentabilidade não é suficiente pra compensar o efeito do tempo:
O efeito de acumulação é, portanto, melhor aproveitado com o tempo. Na maratona dos investimentos não ganha quem corre mais rápido, ganha quem corre por mais tempo.